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Elsa Moura

Regional 08.12.2016 08H00

"Os moradores passaram para segundo plano" 

Escrito por Elsa Moura
A RUM esteve na Quinta das Portas, onde está praticamente concluído um novo hipermercado e falou com um dos moradores que mais se tem batido pelos constrangimentos causados sem qualquer aviso às centenas de residentes.

Na Quinta das Portas, o grupo de moradores que promete seguir pela via judicial para exigir que sejam repostas as acessibilidades que foram retiradas com a construção de um hipermercado, considera que em Braga continuam a ser as elites e os grupos de interesse a mandar. 

Manuel Freitas tem sido a voz mais activa em torno desta obra polémica e diz não ter dúvidas de que este é um exemplo de que afinal "nada mudou" com a entrada do novo executivo. 


Recusando qualquer posição partidária, este morador não se conforma com o que está a acontecer: “Tanto se criticou o anterior executivo, porque isto era de meia dúzia de pessoas que mandavam na cidade de Braga, mas são eles que continuam a mandar. Essas mesmas elites continuam a mandar. O poder económico continua a sobrepor-se ao poder político. Não querem admitir isso mas esta é a verdade”, começou por defender Manuel Freitas que acompanhou a RUM numa visita pela obra da Quinta das Portas quando falta uma semana para a abertura. Diz que “os moradores passaram para segundo plano e tudo foi feito em função do hipermercado”. Não se conformam com o facto de uma obra daquela envergadura ser levantada sem que o município “viesse a público explicar aos munícipes aquilo que iria acontecer”.


Manuel Freitas diz que já viu “três projectos diferentes nos regulamentos” e recorda até o dia em que os técnicos da Câmara Municipal de Braga reuniram no local com engenheiros da obra e responsáveis de trânsito. Terá sido visível que “não estavam de acordo uns com os outros” no que respeitava à possível destruição de uma rua que acabou por concretizar-se. Disse ainda que a construção de um novo passeio à entrada do edifício Eiffel “roubou mais de um metro” ao terreno do prédio e foi construído sem qualquer autorização.


Nos últimos meses, fecharam-se ruas sem aviso, destruiram-se passeios e impediram acessos a garagens de vários prédios. Na zona existe ainda uma clínica e pequenos espaços comerciais que têm visto o seu dia-a-dia condicionado com os trabalhos.


“Prejudicaram-se centenas de pessoas em prol de um hipermercado”


O presidente do Município já veio pedir calma aos moradores referindo que no final vão perceber que ficarão melhor servidos. Mas, Manuel Freitas não concorda com esta visão e diz que é preciso ver por outro prisma para além do facto de terem ao lado de casa um supermercado. “Quem tem espírito cívico sabe que isto não está correcto e que têm que haver ilegalidades pela forma prepotente com que se apropriam das ruas”, defendeu.

Aos microfones da RUM deixa a promessa: Há uma série de atropelos e é claro que não vamos baixar os braços”.

Com a limitação do aparcamento dos moradores, os condicionamentos diários e os novos problemas da nova entrada, bem mais estreita, para o edifício Eiffel, Mauel Freitas alerta que se vão verificar muitos acidentes e um entupimento de trânsito. 

Prometem seguir “pela via legal e não pelas outras vias” e exigem que sejam repostas as acessibilidades que tinham anteriormente.

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