Um em cada três portugueses vai desenvolver um cancro durante a sua vida. São dados que acompanham aqueles que se verificam no resto da Europa, mas que assinalam uma tendência no país. A incidência maior é o cancro da mama na mulher, o colo-rectal nos dois sexos e o da próstata nos homens. Mas há outros que em Portugal assumem uma incidência maior nos últimos tempos.

Fátima Cardoso, do Centro Clínico Champalimaud, afirmou que “o cancro gástrico tem uma incidência maior em relação a outros países europeus e isso deve-se aos hábitos alimentares”. A responsável compara os valores de Portugal aos registados no Japão.

Num plano mais global de prevenção, acompanhamento e tratamento da doença, Fátima Cardoso disse esperar, para combater o problema, uma maior integração dos médicos de família no processo. “A única solução é uma integração dos cuidados de saúde primários a trabalharem em íntima ligação com os hospitais mais especializados que têm unidade de oncologia”, explicou.

Outra das necessidades assumida é “diminuir o gap que existe entre o laboratório e a clínica”. “Temos de colocar cientistas com os clínicos que lidam com a doença no dia-a-dia. Temos também de desenvolver, junto dos clínicos, a vontade de pertencer aos dois mundos”, disse Fátima Cardoso que defendeu que não se deve “fazer ciência por ciência, mas ciência com aplicabilidade na prática clínica”.

A responsável no Centro Clínico Champalimaud disse ainda que a “angustia como se vai pagar a inovação e o que entusiasma é a capacidade de progredir mais rapidamente”.

Esta quinta-feira decorreu no Instituto Ibérico de Nanotecnologia mais uma edição do O Nano World Cancer Day que aconteceu no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro que se assinala a 2 de Fevereiro.