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Elsa Moura

Regional 02.12.2015 12H46

Braga prepara agentes locais para alterações climáticas

Escrito por Elsa Moura
Representantes de juntas de freguesia, associações e protecção civil participaram ontem no workshop ClimAdaPT.Local - Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas.

Braga deu ontem mais um passo na procura de estratégias de adaptação às alterações climáticas. Fenómenos como muito vento e chuva intensa e alterações acentuadas da temperatura são cada vez mais naturais e a tendência é para que estes fenómenos se agravem ao longo do tempo. Por isso, é preciso discutir o tema e  a sociedade deve adaptar-se.


Ontem, no GNRAtion, em Braga, presidentes de juntas de freguesia, representantes de escolas, representantes de associações e de movimentos, representantes da protecção civil, sindicatos e até a Igreja, juntaram-se para discutir as alterações climáticas e procurar soluções para as principais fragilidades do concelho através do workshop ClimAdaPT.Local - Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas.


Dois investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho têm passado por vários municípios (26) para auscultar as entidades locais e deixar algumas sugestões lançando o tema para a sociedade civil.


Teresa Shmidt, é uma das investigadoras que antes deste workshop estudou o concelho através dos dados fornecidos pela própria autarquia.

As cheias no rio Este estão no topo da lista de preocupações e a solução, de acordo com a investigadora, passa por “fazer barragens de retenção a montante para que as cheias não sejam tão fortes nas partes mais baixas da cidade”. Quanto aos recursos hídricos, requerem uma atenção “muito grande”, por isso fica o aviso: “A EDP não pode reter a água durante muito tempo no Verão, na Barragem da Caniçada”, até porque isso resultará numa menor qualidade da água, avisou.


No que respeita às ondas de calor, cada vez mais frequentes acabarão por fazer aumentar o número de incêncios florestais. Para evitar essa situação só uma boa reorganização florestal, alertou a investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. “Em concelhos como Viana do Castelo, Braga e Amarante, tem havido um aumento grande da área dos eucaliptos e isso tem que ser bem gerido”, alertou. De acordo com a responsável, a indicação que passou da autarquia nesta matéria é que o objectivo é “uma melhor gestão florestal”, em articulação com os diversos donos de terrenos.

Ainda em matéria de precauções a tomar para as alterações climáticas, “o aumento e melhoria dos espaços verdes” é apontado como essencial “para a redução da poluição do ar na cidade”.


Para além disso, a eficiência energética não é esquecida e na agricultura poderá chegar o incentivo a outras produções através das próprias alterações climáticas. De acordo com Teresa Shmidt é preciso “incentivar uma agricultura mais adequada à região”.


Presente na sessão de abertura esteve o presidente da Câmara Municipal de Braga. Ricardo Rio assumiu que o município está atento e “preocupado com as alterações climáticas” uma vez que as mesmas “terão implicações muito directas no dia-a-dia, no bem-estar das pessoas e naquilo que é a organização das cidades”. 

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