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Fotografia: Vanessa Batista
Vanessa Batista

Regional 01.05.2019 16H23

1º de Maio. Clima descontraído dá espaço a reivindicações

Escrito por Vanessa Batista
O Dia Mundial do Trabalhador na cidade dos arcebispos ficou marcado, não só pelo convívio da população, mas também pelas acusações e reivindicações. 
Declarações esta manhã no Parque da Ponte, em Braga.

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Pela primeira vez a cidade de Braga acolhe as festividades da UGT - União Geral de Trabalhadores - que tem vindo a promover a descentralização do Dia Mundial do Trabalhador. Pelo Parque da Ponte, na cidade dos arcebispos, passaram dezenas de grupos sindicais que de bandeira em punho conviviam entre si, para além de fazer ouvir as suas reivindicações.


A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, em resposta às perguntas dos jornalistas respondeu às acusações do líder social democrata, Rui Rio, que declarou que o Governo não tem interesse em rever o sindicalismo em Portugal. Em resposta a socialista afirmou que o PSD tem "falta de memória", uma vez que demonstrou, nos quatro anos que tiveram à frente do país, "um desprezo total pelos sindicatos e pelo diálogo social". 


Já a voz dos professores, aos microfones dos jornalistas, foi o Secretário-Geral da Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva, que comentou as declarações do ministro das Finanças em relação à contagem integral do tempo de serviço dos professores. Recorde-se que, esta terça-feira, Mário Centeno afirmou que a medida representaria “o maior aumento de despesa desta legislatura” e iria abrir “uma caixa de Pandora”.


Ora, João Dias da Silva declarou que o Governo "continua a tentar passar à opinião pública uma informação insuficiente" sobre o verdadeiro impacto da recuperação do tempo de serviço que foi congelado aos professores. O secretário-geral afirma que se trata de um direito dos trabalhadores e acrescenta que "os números que foram apresentados de forma global" não têm sustentação, ou seja, para o representante da FNE, o Governo está a tentar distorcer a informação para que a população acredite que se trata de uma situação insustentável. 


A FNE garante que tem "consciência" que se trata de um impacto orçamental significativo para o Orçamento de Estado, no entanto existem vectores que, segundo João Dias da Silva, "não estão a ser postos em consideração". O secretário-geral sublinhou a disponibilidade da parte dos docentes de fazer "resvalar no tempo através de um prazo alargado, até 2025, para que seja considerado todo o tempo de serviço". 


João Dias da Silva apela também ao "acesso à aposentação antecipada sem penalizações" assim como à "diminuição de constrangimentos administrativos" a alguns escalões para fazer diminuir o impacto nas contas públicas. 



Como celebram os portugueses o Dia Mundial do Trabalhador ?


Bandeiras, panfletos, balões e até leitão não faltou nesta manhã do 1º de Maio. Dezenas de portugueses ligados aos sindicatos, ou não, marcaram presença no Parque da Ponte para em conjunto celebrar o Dia do Trabalhador, assim como fazer ouvir as suas reivindicações.


Gentil Louro considera que é cada vez mais necessário reivindicar direitos e teme que caso a população não utilize a sua voz, Portugal regresse ao pós 25 de Abril. Confessou estar a aguardar pelo discurso do secretário-geral da UGT, Carlos Silva.


Também Paulo Marques partilha a mesma opinião, afirmando que "nunca fez tanto sentido lutar pelos direitos dos trabalhadores", uma vez que estes estão a ser "cada vez mais atropelados". O sindicalista garante que todos os anos é presença assídua nas festividades do Dia do Trabalhador. Para Paulo Marques era necessária uma "manifestação nacional" para demonstrar o descontentamento da classe trabalhadora portuguesa.

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